BH: suspeito de matar ex desaparecida por 9 dias vai continuar preso
A mulher foi vista pela última vez em 1º de junho, ao sair para levar o ex-namorado em um ponto de ônibus
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Siga noA Justiça decidiu que Davidson da Silva Vieira, de 31 anos, suspeito de matar a ex-companheira, Ivanda Aparecida Viana, de 57 anos, vai continuar preso. O homem ou por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (12/6), em Belo Horizonte. A mulher estava desaparecida desde 1º de junho deste ano, após sair de casa para acompanhar o ex-namorado até o ponto de ônibus no Bairro São Cristóvão, Região Nordeste da capital. O homem foi detido na manhã de segunda-feira (9/6), em flagrante, por ocultação de cadáver, em um hotel em Santo Antônio do Amparo, no Sul de Minas Gerais.
As investigações preliminares apontaram que Ivanda estava em sua casa, confraternizando com algumas amigas, quando Davidson chegou de surpresa. Em determinado momento, o filho dela, que não aceitava o relacionamento, chegou e, por isso, o suspeito decidiu ir embora. No ponto de ônibus, na Avenida Antônio Carlos, o casal teria discutido e depois disso a mulher não voltou para casa.
De acordo com familiares, ao ser questionado, o ex-namorado afirmou que a deixou na avenida e teria ido para sua casa, em Betim, na região metropolitana. No entanto, a versão foi refutada pela apuração da PCMG, que constatou que tanto a vítima quanto o suspeito pegaram um carro de aplicativo e foram até um endereço no Bairro Vista do Sol, na Região Nordeste da capital.
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“Com as informações da corrida por aplicativo, nós conseguimos estabelecer as datas e horários precisos da ocorrência. O autor embarca com a senhora Ivanda às 22h28, na Avenida Antônio Carlos, próximo ao Hospital Belo Horizonte, e desembarca às margens do Anel Rodoviário às 22h38. Logo em seguida, alguns minutos depois, ela é executada. Em seguida, ele atravessa o Anel Rodoviário, faz uma volta pelo Bairro Jardim Vitória e às 23h25 ele embarca em mais um carro de aplicativo em direção a sua casa. Nós tivemos o às imagens e identificamos que o desembarque é feito com a senhora Ivanda e no reembarque o autor está sozinho”, explica o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca.
Ainda conforme o delegado, em depoimento, o motorista de aplicativo que levou o casal até o endereço, próximo ao local onde o corpo foi encontrado, afirmou que a mulher aparentava estar embriagada e que teria sido necessário carregá-la para fora do carro. Os investigadores suspeitam que a mulher possa ter sido dopada. No entanto, a constatação sobre possíveis drogas só será possível após o resultado do exame toxicológico.
Segundo o chefe da investigação, Ivanda foi atingida com uma pedra na região da nuca. A lesão, conforme Fonseca, causou a fratura da base do crânio. “Ao ser atingida, ela caiu e o autor teria continuado as agressões”.
Série de abusos
O relacionamento entre Ivanda e Davidson era conturbado. De acordo com o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, o casal se conheceu há 15 anos. Desde então, os dois mantiveram um relacionamento, com idas e vindas, que não era aceito pela família da mulher. Para além da diferença de 26 anos de idade entre os dois, o homem já havia sido condenado por roubo a mão armada e chegou a ser acusado de estuprar uma prima menor de idade.
Além disso, ainda conforme relatos de familiares da vítima, o ex-companheiro já havia a agredido e feito empréstimos bancários em seu nome. Dessa vez, a polícia descobriu que a vítima estava sendo chantageada pelo ex-companheiro. Mensagens trocadas entre os dois mostraram que o homem estava pedindo que a mulher comprasse uma motocicleta para ele e, só assim, reataria o relacionamento.
“Relacionamento bastante conturbado, pontuado com violência doméstica e patrimonial. Já houve um episódio, em 2020, em que ele, usando a conta corrente da senhora Ivanda, fez um empréstimo de R$ 3 mil. O relacionamento também era pontuado por ameaças e discussões”, afirmou Fonseca.
Davidson da Silva Vieira, de 31 anos, foi preso em flagrante, por ocultação de cadáver, em um hotel em Santo Antônio do Amparo, no Sul de Minas Gerais, também na manhã desta segunda-feira. Desde então, ele está detido no presídio de Lavras, onde aguarda a audiência de custódia.
A motivação do assassinato ainda não foi esclarecida. Ao ser preso, o suspeito negou o crime e voltou a afirmar que deixou Ivanda em um ponto de ônibus.