EMBATE NA PBH

PBH suspende eleição para Conselho Municipal de Meio Ambiente

Candidatura do atual conselho foi estendida por seis meses. Entidades da sociedade civil que se candidataram denunciam abuso de poder

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A Secretaria Municipal de Meio Ambiente suspendeu a eleição de representantes da sociedade civil no Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) que ocorreria nesta sexta-feira (13/6). O anúncio foi divulgado no Diário Oficial do Município (DOM) na última quarta-feira (11). Diante disso, representantes das entidades que teriam sido lesadas se reuniram para denunciar a decisão.

O documento alega que a medida foi necessária para assegurar a legalidade, legitimidade, transparência, estabilidade e objetivo do processo eleitoral. Além disso, prorroga o mandato da atual representação da sociedade civil na composição do Comam por seis meses.

A decisão foi motivada pelos recursos pedindo impugnação de candidaturas de pelo menos 16 entidades. Após apresentar a documentação complementar necessária, catorze recursos foram julgados improcedentes e apenas dois procedentes: contra o Sindicato dos Engenheiros de Minas Gerais (Senge) e contra o Rotary Club de Belo Horizonte. Além disso, a Federação das Indústrias de Minas Gerais também solicitou a suspensão do edital como um todo.

Divergência de informações

O engenheiro ambiental Felipe Gomes, candidato a uma das vagas pelo Sindicato dos Engenheiros, teve sua candidatura impugnada e afirma que não teve direito à ampla defesa e que não houve prazo para a contestação da impugnação das candidaturas. 

“Não nos deram o direito ao contraditório e à ampla defesa. Acolheram um recurso que nem poderia ser apresentado, decidiram pela nossa impugnação e não abriram um prazo para nossa contestação. Isso é um afronto à Constituição que garante o princípio a ampla defesa e o contraditório”, disse Gomes.

Segundo o recurso movido pela Fiemg contra a candidatura do Senge, o sindicato não atende aos requisitos necessários para participarem das eleições do COMAM/BH, uma vez que os engenheiros se enquadram na categoria de profissionais e a entidade foi habilitada no segmento de representantes de sindicato de trabalhadores de categorias não liberais.

Entretanto, Gomes defende que não faz sentido a impugnação da sua candidatura pelo Sindicato dos Engenheiros, uma vez que o Senge já ocupa uma vaga na atual composição do conselho há dois biênios e teve seu mandato estendido por seis meses. 

“Eles alegaram que o sindicato não pode se candidatar novamente porque esse segmento está equivocado, que nós não representamos profissionais não liberais. O que é um equívoco. Além de engenheiros que exercem a atividade de forma liberal, nós temos vários profissionais filiados que atuam com carteira assinada ou que são funcionários públicos, ou seja, não liberais”, explica o engenheiro.

Para Gomes, a suspensão está ligada à resistência à mudança. Segundo ele, novos modelos econômicos precisam ocupar os espaços de poder para conseguir resolver problemas relacionados à crise climática.

“O planeta está aquecendo e o modelo atual de economia quer dizer que essas novas economias ligadas à bioeconomia, à agroecologia, à reciclagem e à regeneração econômica, não podem disputar as cadeiras do desenvolvimento econômico. Mesmo que tenha havido algum erro no edital, não há justificativa alguma para prorrogar por mais seis meses. É completamente desarrazoado isso”, defende Gomes.

O Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente no Estado de Minas Gerais (SINDSEMA) impetrou um mandado de segurança com pedido de tutela liminar contra o Secretário Municipal de Meio Ambiente, João Paulo Menna, alegando ilegalidade e abuso de poder ao suspender o processo eleitoral do Comam. O pedido foi indeferido pela Juíza de Direito em plantão na madrugada desta sexta-feira (13).

O Estado de Minas entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para esclarecer os motivos da suspensão do processo eleitoral do Comam, mas, até o momento, não obteve resposta.

Comam

O Comam é um órgão colegiado, com ação normativa e deliberativa, responsável pela formulação das diretrizes da Política Municipal de Meio Ambiente em Belo Horizonte, criado em 1985. Ele é composto por sete representantes do Poder Público Municipal das Secretarias Obras e Infraestrutura; de Política Urbana; de Desenvolvimento Econômico; de Saúde; de Cultura; de Governo e da Câmara Municipal de Belo Horizonte. 

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Outras sete vagas são destinadas à representantes da sociedade civil organizada e se dividem em cinco segmentos: Entidades civis criadas com finalidade específica de defender a qualidade do meio ambiente; de promover o desenvolvimento econômico; de categorias de profissionais liberais; Universidade ou de unidade de ensino superior, pública ou particular; e Sindicato de trabalhadores de categorias profissionais não liberais.

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